A pandemia trouxe muitas mudanças nos mercados e com o Café Especial não foi diferente, uma região pouco explorada ou pouco conhecida é Itarana, Itaguaçú e proximidades.
Tive o privilégio de ver um lindo pôr do sol naquela Cordilheira, e de lá vem o café do Cleberson Ovani, um produtor que reside em Vitória e vive com uma ideia maravilhosa na cabeça, continuar o legado de seu pai que possibilitou seu filho estudar na capital na juventude, mas foi criado no sítio e o ensinou a cuidar amorosamente da lavoura.
Costumo dizer que o bom produtor planta água e cuida com objetivo de reduzir o impacto atual da agricultura, que usa muito defensivo e adubação química (em muitos casos exageram). Não é o caso do sítio do Clebinho, que as novas áreas tem sido muito bem tratadas e com foco na redução de uso de adubação química. Cleberson deixa aqui sua palavra "a partir de 980m até os 1200m não usamos nenhum tipo de agrotóxico."
"O café mais que especial surgiu da ideia de dar continuidade ao trabalho do meu pai que faleceu aos 42 anos de idade e fazê-lo, mesmo que postumamente, uma homenagem produzindo um café especial e que esse possa levar o seu nome e também em homenagear minha mãe que ainda está viva e que sempre trabalhou ao lado do meu pai na lavoura de café."
Pude provar a primeira tentativa de cafés especiais do sítio em 2020 e foram 12 amostras excelentes! Até café Conilon Especial (de verdade) eu pude provar, mas a sensação maior foram 2 lotes de 89/90 pontos, fruto de seleção manual, lavagem manual e testes de secagem em diversas modalidades.
Tudo feito por Clebinho e sua turma de companheiros que cuidam há anos dos melhores talhões da propriedade que tem altitudes variadas e camas de secagem espalhadas de 200m a 1200m.
"Xícaras incríveis de cafés simples aos mais sofisticados, a complexidade do café de 89 e do nanolote de 90 pontos que provei em 2020 me faz acreditar que é só o começo de uma linda história." conclui o nosso Coffee Hunter Leonardo Machado.